PARTICIPANTES

Rita Natálio

Os seus espaços de prática relacionam poesia, escrita ensaística e performance. Doutorando em Estudos Artísticos na FCSH-UNL e Antropologia na USP, com bolsa FCT, pesquisa desde 2014, o recente debate sobre o conceito de Antropoceno e o seu impacto sobre a redefinição disciplinar e estética das relações entre arte, política e ecologia. Estudou Artes do Espetáculo Coreográfico na Universidade de Paris VIII e é mestre em Psicologia pela PUC-SP onde estudou as relações entre imitação e invenção na obra de Gabriel Tarde. A partir da sua pesquisa doutoral, realizou uma série de conferências-performance, entre elas “Antropocenas” (2017) com João dos Santos Martins,  “Geofagia” (2018) e “Fóssil” (2020). Publicou também dois livros de poesia (“Artesanato”, 2015 e “Plantas humanas”, 2017). Em 2019, participou de um grupo curatorial fomentado por Ailton Krenak que organizou “Ameríndia: percursos do cinema indígena no Brasil” na Fundação Calouste Gulbenkian, uma mostra que trouxe 5 cineastas indígenas a Portugal e apresentou mais de 30 filmes de produção indígena. Em 2020, Rita Natálio co-organizou o seminário “Re-politizar o Antropoceno” dentro do projeto internacional Anthropocene Campus Lisboa junto com Davide Scarso e Elisabeth Johnson, projeto originado no HKW em Berlim e atualmente disseminado em diversas instituições culturais. Co-organizou, com André e.Teodósio, uma chancela editorial Ed.______  que resulta da parceria Sistema Solar/Teatro Praga e que tem como foco as artes performativas e os sistemas de poder e protesto na atualidade. Colabora regularmente com o jornal de artes performativas Coreia. Coordena, desde 2020, o projeto "Terra Batida”, uma rede que organiza programas de residência e comissiona pesquisas artísticas para que artistas, cientistas e ativistas se cruzem no acompanhamento de conflitos sócioambientais em diversos contextos territoriais em Portugal.

Geni Núñez

Geni Núñez é ativista indígena, psicóloga, doutoranda no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (UFSC), na linha "Gênero e suas inter-relações com geração, etnia e classe". Mestre no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social (UFSC), na linha "Processos de subjetivação, gênero e diversidades" Com enfoque teórico anticolonial, pesquisa branquitude, etnocídio e outras colonialidades. Autora do ebook Djatchy Djatere - O Saci Guarani. Organizadora do livro Não Monogamia LGBT (APEKU, 2020). Autora da contracapa do livro “Lugares de Origem” de Ailton Krenak e Yussef Campos e do prefácio do livro “O desafio poliamoroso” de Brigitte Vasallo, além de outros capítulos de livros de temática étnico-racial e de gênero. 

É membro da Articulação Brasileira de Indígenas Psicólogos/as (ABIPSI), co-assistente da Comissão Guarani Yvurupa e membro do Observatório OKA - Kunhangue Aty Guasu - Guarani Kaiowa. Ministrou formações para o Museu de Arte Moderna (MAM-RJ), OAB/ESA (SP), SESC Interlagos, SESC 24 de maio, SESC Sorocaba, Curso Parque Lage entre outros. https://www.instagram.com/genipapos/

Helen Torres

Nascida no Uruguai,  criada na Argentina e vive na Catalunha, Espanha, desde 1991. Estudou Ciências Políticas na Universidade Nacional de Rosário, fez um mestrado em Cooperação e Desenvolvimento na Universidade de Barcelona e um mestrado em Sociologia na Universidade Autônoma de Barcelona. Também estudou inglês, roteirização de filmes e dramaturgia. Colaborou com editoras e projetos de pesquisa em tarefas de tradução e edição; com universidades e entidades culturais através de cursos e conferências; com museus, centros de arte e centros sociais na concepção de programas culturais e de divulgação científica, e através da facilitação de oficinas de fabulação especulativa. Publicou vários artigos e alguns livros (“Autopsia de una langosta” (Melusina, 2010); “Relatos Marranos” (Pol.len, 2015); “Ciutat Morta. Crónica del caso 4F” (Huidobro, 2016). Apaixonou-se pelo trabalho da bióloga e filósofa da ciência Donna Haraway, de quem traduzui para o espanhol “Testigo_Modesto@Segundo_Milenio” (UOC, 2002); "Manifiesto Chthuluceno" (2016); "Generar parentescos en el Chthuluceno: reproducciendo una justicia multiespecies" (2018); e “Seguir con el problema” (consonni, 2019). Também traduziu o romance “Mujer al borde del tiempo”, de Marge Piercy (consonni, 2020). Atualmente estou traduzindo “Simians, Cyborgs and Women” (Haraway, 1991) para a Alianza Editorial. + infos: https://helenatorres.wordpress.com/

Paulo Pimenta de Castro

Paulo Pimenta de Castro (Lisboa,1963) é licenciado em Silvicultura pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa. Foi docente no Ensino Profissional na área florestal, técnico superior na Confederação dos Agricultores de Portugal, secretário-geral da Federação dos Produtores Florestais de Portugal e da Associação Nacional das Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente. Integrou o Conselho Consultivo Florestal do Ministério da Agricultura e foi perito no Conselho Consultivo das Florestas e da Cortiça junto da Comissão Europeia. Escreveu Portugal em Chamas - como resgatar as florestas.

Paulo Tavares

Paulo Tavares é arquiteto e pesquisador, e atualmente vive na América do Sul. Seu trabalho integrou exposições e publicações em diferentes países, incluindo Harvard Design Magazine, a Triennale de Arquitetura de Oslo, a Bienal de Design de Istambul, e a Bienal de Arte de São Paulo. É autor dos livros Selva Jurídica (2014), Memória da Terra (2018) e Des-Habitat (2019).

​O design e a prática pedagógica de Tavares abrangem diferentes territórios, geografias sociais e mídias. Ensinou design e culturas visuais na Faculdade de Arquitetura, Desenho e Artes da Pontifícia Universidade Católica do Equador, em Quito, e antes disso coordenou o programa de mestrado do Centro de Pesquisa em Arquitetura da Goldsmiths, em Londres. Atualmente é professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, Brasil.​

Em 2017, Tavares criou a agência autónoma, uma plataforma dedicada à pesquisa e intervenção urbana. Tavares é colaborador de longa data do coletivo Forensic Architecture e foi pesquisador do Canadian Center for Architecture (2018-2019). Tavares foi co-curador da Bienal de Arquitetura de Chicago 2019.

Zoy Anastassakis

Brasileira, passou os últimos anos entre o Rio de Janeiro e Lisboa. Bacharel em Design, mestre e doutora em Antropologia. Foi Diretora da Escola Superior de Desenho Industrial, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil (2016-18), onde, desde 2012, atua como Professora Adjunta, coordenando, também, o grupo de pesquisa “Laboratório de Design e Antropologia”. Na ESDI, coordenou o projeto de extensão universitária “Correspondências”, que envolvia a produção de espaços de conversação entre artistas e pesquisadores indígenas e estudantes e pesquisadores em design. Em 2017, participou, como pesquisadora visitante, do projeto “Knowing from the inside: Anthropology, Art, Architecture and Design”, liderado por Tim Ingold no Departamento de Antropologia da Universidade de Aberdeen, Escócia. Entre 2019 e 2020, realizou pesquisa de pós-doutorado no Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA), em Lisboa, onde integra o corpo de investigadores colaboradores. É autora dos livros "Triunfos e Impasses: Lina Bo Bardi, Aloisio Magalhães e o design no Brasil" (Lamparina, 2014), "Refazendo Tudo: congratulações em meio aos cupins na universidade" (Zazie, 2020) e “Everyday acts of design: learning in a time of emergency” (em coautoria com Marcos Martins, Bloomsbury, 2022). Em 2020, criou um programa de estudos independentes em humusidades. + infos: @humusidades / http://ladaesdi.com.br