Fóssil (2020)
Rita Natálio
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SINOPSE
“Fóssil” é a continuação da série de performances-conferência de Rita Natálio iniciadas com “Antropocenas”/2017 (colaboração com João dos Santos Martins) e “Geofagia”/2018.
Se a figura do zombie foi central para entender o funcionamento do capitalismo e do conceito de biopolítica no século XX, a figura do fóssil — o que é extraído da terra e o que acumula tempo ou história — convida hoje a pensar sobre a crise generalizada que muitxs têm chamado de Antropoceno. Aqui se constrói um fóssil do extrativismo contemporâneo, refletindo sobre como a geologia e os processos que ocorrem “dentro da terra” estão inscritos e se inscrevem na história humana.
Um livro-performance onde a linguagem atravessa diferentes escalas e se expõe à sabotagem.
Fóssil convive com uma série de trabalhos do artista visual Hugo Canoilas e propõe uma série de conversas após a performance com João Prates Ruivo, Movimento Não às Mina, Polén, Greve Climática Estudantil e Climáximo
26 de Novembro
João Prates Ruivo – “Solos Antropogênicos: fabulando um Instituto dos Solos em Portugal”
27 de Novembro
Greve Climática Estudantil e Climáximo
Conceção e texto – Rita Natálio
Som – Rui Antunes e João Diogo Pratas
Pinturas, menir e escultura – Hugo Canoilas
Assistência artística – João dos Santos Martins
Ensaios e residências – MDance, Espaço Alkantara, Estúdios Victor Cordon, PENHASCO.
Apoio – Fundação Calouste Gulbenkian
Artista e pesquisadora. Os seus espaços de prática relacionam poesia, ensaio e performance. Doutoranda em Estudos Artísticos na FCSH-UNL e Antropologia na USP, com bolsa FCT, pesquisa desde 2014, o recente debate sobre o conceito de Antropoceno e o seu impacto sobre a redefinição disciplinar e estética das relações entre arte, política e ecologia. Estudou Artes do Espetáculo Coreográfico na Universidade de Paris VIII e é mestre em Psicologia pela PUC-SP onde estudou as relações entre imitação e invenção na obra de Gabriel Tarde. A partir da sua pesquisa doutoral, realizou uma série de conferências-performance, entre elas “Antropocenas” (2017) com João dos Santos Martins, e “Geofagia” (2018). Publicou também dois livros de poesia (“Artesanato”, 2015 e “Plantas humanas”, 2017). Em 2019, participou de um grupo curatorial fomentado por Ailton Krenak que organizou “Ameríndia: percursos do cinema indígena no Brasil” na Fundação Calouste Gulbenkian, uma mostra que trouxe 5 cineastas indígenas a Portugal e apresentou mais de 30 filmes de produção indígena. Em 2020, Rita Natálio co-organizou o seminário “Re-politizar o Antropoceno” dentro do projeto internacional Anthropocene Campus Lisboa junto com Davide Scarso e Elisabeth Johnson, projeto originado em no HKW em Berlim e atualmente disseminado em diversas instituições culturais. Co-organiza, com André e.Teodósio, uma chancela editorial Ed.______ que resulta da parceria Sistema Solar/Teatro Praga e que tem como foco as artes performativas e os sistemas de poder e protesto na atualidade
Vencedor do Kapsch Art Prize 2020, na Áustria, tem vindo a expor regularmente com destaque para Frankfurter Kunstverein, De Appel, Fundação Calouste Gulbenkian, Bienal de São Paulo, Kunsthalle Wien, Museu do Chiado, Mumok e Museu de Serralves. Foi responsável pela edição "OEI#80-81: The zero alternative: Ernesto de Sousa and some other aesthetic operators in Portuguese art and poetry from the 1960s onwards", co-editada com Cecilia Groenberg , Jonas (M) Magnusson and Tobi Maier. Criou e desenvolve o projecto coletivo A Gruta na cave da Galeria Quadrado Azul em Lisboa e, conjuntamente, com Nicola Pecoraro e Christoph Meier dirige o espaço Guimarães em Viena.
Licenciou-se em arquitectura no Instituto Superior Técnico em Lisboa. Viveu em Eindhoven, Holanda, onde estudou na Technische Universiteit, e em Roterdão, onde colaborou com Theo Deutinger. Após um período no Office for Metropolitan Architecture, rumou a Atenas para fundar prática em nome próprio, FORA, com Raquel Oliveira e João Fagulha. No Reino Unido, leciona o curso Genealogias da Cidade no programa de arquitectura da Syracuse University, em Londres, e lecionou a cadeira de projecto de arquitectura na School of Architecture, University of Liverpool, e arquitectura de pesquisa no Centre for Research Architecture, Goldsmiths University London, onde actualmente é aluno de Doutoramento. O projecto de pesquisa Soil Politics, investiga as transformações técnicas dos solos após a Segunda Guerra Mundial, em particular o papel das missões de reconhecimento pedológico na reconfiguração territorial que ocorreu durante o conflito anti-colonial em Angola. No presente, pesquisa as possibilidades de prácticas situadas de resistência no contexto das transformações ecológicas decorrentes do projecto de cultivo intensivo da barragem do Alqueva, no Alentejo.
O pólen é o meio e a mensagem: colher, florir, disseminar. Divulgam e fazem cobertura em vídeo de conflitos ambientais em Portugal e as respostas dos cidadãos nas suas variadas formas de resistência: protestos, ações, discussões e soluções. Não tem filiação partidária mas apoiam todos os movimentos que encaram este tempo como o tempo da urgência, da inquietação com a tecnologia e a especulação financeira sobre os recursos do planeta e os seus habitantes. Fazem cobertura em vídeo em parceria com o projecto PORTUGAL AMBIENTE EM MOVIMENTO, onde estão hoje inventariados mais de 120 conflitos, divididos pelos eixos temáticos: agricultura, indústria, mineração, resíduos, energia, megaprojectos e gestão do território.
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